quarta-feira, 19 de março de 2014

SOBRE O VERNIZ QUE ENCOBRE OS HIPÓCRITAS


Por Alexandre Brito de Araujo*

Aquele que deixa transparecer seus desvios de caráter costuma desagradar. E fica realmente em desvantagem (pelo menos no que diz respeito às relações sociais) quando não quer ou não consegue disfarçar suas deformações morais.

É natural que seja assim. É natural que nos cause repugnância quem assim se apresenta à sociedade.

Mas são ainda mais abjetos aqueles que conseguem camuflar sordidez, perfídia, falta de ética, perniciosidade, indignidade e tantos outros defeitos humanos a ponto de permitir que apenas poucos consigam enxergá-los como realmente são. Digo poucos porque sempre há alguém mais atento a fraudes, que não se deixa enganar por aparências.

Como as pessoas custam a crer que uma mente evoluída possa carecer de sabedoria e benignidade, erudição e inteligência (ainda que apenas aparentes ou superestimadas) são muito úteis ao mau caráter, assim como belas palavras, frases (frequentemente) emprestadas, ternos bem cortados, cabelos impecavelmente penteados e mesuras de lorde inglês.

O que importa é termos senso crítico para identificar os impostores que se apresentam como donos da verdade, guardiões da ética e paladinos da justiça; para desmascarar os enganadores que praticam, sempre que podem e escondidos, exatamente o contrário do que apregoam publicamente; para enxergar além das camadas de verniz que escondem os hipócritas.

Felizmente farsantes não resistem aos fatos. Quando confrontados com a realidade, invariavelmente posam de vítimas ou passam a agredir seus críticos, para desviar a atenção do que realmente interessa. É estratégia que não funciona perante públicos esclarecidos. Não funciona mesmo!

Aos hipócritas estimo melhoras. Aos mais exaltados (não levo a sério ameaças anônimas, por mais sérias que possam parecer) aconselho leitura do Código Penal. Aos amigos? BOA NOITE!

* Interino.

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