terça-feira, 10 de julho de 2012

ADRENALINA PURA


Há quem diga que a ideia é polêmica, mas sempre defendi que candidatos que já ocupam cargos eletivos devem se submeter a testes antidoping.
Em anos eleitorais eles têm um rendimento sobrenatural e um fôlego que só aumenta à medida em que se aproxima o pleito. Afinal, é preciso ter muito gás para vencer a maratona de eventos e compromissos oficiais, como inaugurações, homenagens, cafés da manhã, feijoadas, peixadas, churrascadas, coquetéis, jantares, reuniões, festas, viagens e mais viagens; despachar, posar para fotos, gravar vídeos, escrever (para si e para aqueles que não sabem fazê-lo), artigos, editoriais, respostas, etc, etc, etc.
Para provar que minha ideia tem razão de existir, basta comparar a performance de tais candidatos durante 2012 com a dos anos anteriores. É batata!
Para minha surpresa, cientistas descobriram recentemente: (a) que não necessariamente a dieta dessa turma é incrementada com substâncias ilegais; (b) que ela é movida em períodos eleitorais pela chamada adrenalis suffragium (adoro nomes científicos), vulgarmente conhecida como adrenalina-da-absoluta-necessidade-de-manutenção-do-status-político; (c) que não se trata de substância sintética, mas sim de um hormônio simpaticomimético natural, produzido pelas glândulas supra-renais; e (d) que, quanto maior o medo de perder uma eleição, mais trabalham as supra-renais...
E assim morreu minha ideia. Sobrou-me apenas a fé nos eleitores, principalmente naqueles que repudiam a utilização da máquina como ferramenta de marketing político.

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