Ligou agora outro colega, dizendo que o valor da fatura da mensalidade do Plano de Saúde CAASC/UNIMED dele, que era de R$ 1.239,48, foi reduzido para R$ 1.239,47.
Parece que a redução foi geral mesmo!
SEM ROSTO
O advogado Leoberto Caon pedirá que a OAB nacional conteste no STF a Lei n. 12.694, de 24/7/2012, já conhecida como a lei dos Juízes sem rosto, que garante mais segurança a juízes e promotores, além de permitir que um colegiado de juízes julgue delitos praticados por organizações criminosas. Caon sustenta que a lei ofende regras constitucionais como a ampla defesa, caso de requerer suspeição ou impedimento de juiz, afinal o réu não saberá quem o prendeu, o transferiu e o condenou, além da transparência e publicidade dos atos.
A caixa-preta do exame da OAB
A Ordem dos Advogados se mete em tudo, menos nos seus próprios negócios milionários
Em dezembro de 2010, quando se descobriu que uma lambança ocorrida na distribuição das provas do Enem atrapalhara a vida de cerca de 10 mil dos 3,3 milhões de jovens que haviam prestado a prova, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, prontamente anunciou que pediria a anulação do exame.
Seria mais razoável oferecer uma nova prova aos prejudicados (o que foi feito), mas a Ordem defendeu uma posição extrema.
A veneranda OAB fez fama como papagaio de pirata de crises. Há um problema, e lá está ela metendo seu bico. Não importa que o assunto nada tenha a ver com o exercício da profissão de advogado. Nem mesmo que proponha uma nova e absurda prova para 3,3 milhões de jovens.
A OAB tornou-se uma instituição milionária e suas contas estão longe da vista do poder público. O doutor Ophir chegou a dizer que "o Congresso Nacional tornou-se um pântano". Um de seus antecessores, Roberto Busatto, disse que "o comportamento indecoroso de alguns agentes públicos expôs ao desgaste as instituições do Estado".
No seu próprio quintal, ela não é tão vigorosa, muito menos transparente. Há anos pipocam denúncias de fraudes no exame que os bacharéis são obrigados a prestar na Ordem para poderem trabalhar como advogados.
Desde 2007, sabia-se que uma integrante da banca de Brasília vendera por R$ 4.000 as perguntas de uma prova. Posteriormente ela recebeu o título de "melhor examinadora".
Em Goiás, 41 candidatos compraram provas por até R$ 15 mil, e o Tribunal de Ética da Ordem decidiu que eles nada devem. Jamais a OAB mobilizou-se para punir exemplar e publicamente esse tipo de delinquência.
Agora a Polícia Federal anunciou que existiram duas infiltrações fraudulentas nos seus exames de 2009 e 2010. Numa ponta, 152 bacharéis compraram provas e, com isso, 62 deles habilitaram-se para cargos na PF, na Receita e na Abin. Felizmente, graças à polícia, foram afastados de suas funções.
Na outra ponta o problema é maior: 1.076 advogados "colaram" durante os exames. A PF descobriu isso de uma maneira simples. Rodou as respostas dos candidatos num programa de computador desenvolvido na Academia Nacional de Polícia, e a máquina descobriu onde se colou.
Simples: se num local 30% dos candidatos acertaram uma questão que teve um índice nacional de acerto de 5%, houve "cola". (Steve Levitt explica a racionalidade estatística do sistema num capítulo do seu magnífico livro "Freakonomics"). Esse tipo de auditoria tornou-se o terror da rede escolar pública americana. Na semana passada, pegaram uma rede de "cola" num dos melhores colégios de Nova York.
Se a OAB quer continuar a dar lições aos outros, pouco lhe custaria criar uma auditoria semelhante à que a Polícia Federal usou. Não conseguirá pegar todos os examinadores que vendem provas, mas identificará os locais onde a "cola" é ampla, geral e irrestrita.
NOTA
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está solicitando ao Departamento de Polícia Federal o resultado do inquérito sobre as denúncias de fraudes ocorridas nos Exames de Ordem em 2009 para que possam ser abertos processos ético-disciplinares no âmbito das respectivas Seccionais às quais os suspeitos estejam inscritos.
O processo ético-disciplinar visa estabelecer, à luz das investigações realizadas pela PF com total apoio da entidade, o grau de envolvimento e participação de cada um dos suspeitos, que estarão sujeitos, considerada a natureza da infração cometida, às sanções previstas no Estatuto da Advocacia e da OAB, respeitado o devido processo legal.
Ophir Cavalcante
Presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
Na manhã desta segunda-feira foi realizado um movimentado café da manhã na sede da OAB/SC em comemoração ao aniversário do presidente Paulo Borba. O convite partiu do gabinete da presidência da seccional, a pedido do vice-presidente Márcio Vicari (veja convite/e-mail), candidato de situação à sucessão de Paulo Borba. No lauto festim, que foi animado por um saxofonista e realizado em ambiente decorado com balões, houve inclusive discurso. Além do presidente e seu vice, também estiveram presentes conselheiros estaduais e presidentes de comissões da seccional.
O Sindicato dos Advogados do Estado de Santa Catarina - SINDALEX, que ocupa sala localizada no prédio da OAB/SC, recebeu ordem sumária de despejo na semana passada, firmada pelo presidente Paulo Borba, apenas e tão somente por ter reproduzido em seu blog uma notícia que havia sido veiculada pelo Cangablog (lançamento da pré-candidatura do candidato de oposição no restaurante Lindacap).
Candidato de situação convidar para festa particular na sede da OAB pode.
Reproduzir notícia em blog, dentro da mais absoluta liberdade de expressão, não pode.
“São os advogados que dão forma à legítima cobrança aos governantes por justiça social, pelo fim da morosidade no judiciário, pela liberdade de imprensa e de expressão.”
Interessante, não?“Essa administração respeitará – como sempre respeitou – as divergências, sabendo conviver com o contraditório.” (destaques do blogueiro)
Confira aqui a íntegra do discurso."Quantas e quantas vezes temos nos manifestado publicamente exigindo eleições limpas e práticas políticas transparentes? Agora é a nossa vez. Os olhos da sociedade se voltam para a Ordem dos Advogados do Brasil e o mínimo que podemos fazer é dar o exemplo de uma eleição em que a disputa se circunscreve ao campo das ideias, e não às querelas e vendetas."“A ordem é fiscalizar, sem interferir no processo eleitoral e tampouco no trabalho dos advogados, mas fiscalizar, sim, para que tenhamos eleições limpas. O mesmo faremos com nós mesmos. O discurso deve andar junto com a prática, nunca o contrário – este é o apelo que faço aos senhores presidentes.”
A advocacia passa por uma grave crise de valorização, de respeito e de credibilidade marcada pela incompreensão sobre o papel institucional e social que desempenham os advogados.
A sociedade hoje desconhece a razão de ser da advocacia; a mídia propositadamente nos confunde com o cliente; e há quem nos impute responsabilidade até pelas mazelas do Poder Judiciário. Como participantes da administração da Justiça, somos apenas tolerados porque nosso mister tem previsão constitucional. Assim não fosse, estaríamos assistindo à nossa exclusão da cena judiciária, pois consideram que as nossas funções podem ser exercidas por outros protagonistas.
Por paradoxal que possa parecer, imploram a nossa presença e a reconhecem como indispensável, quando estão às voltas com conflitos individuais ou quando as prerrogativas inerentes às suas instituições estão em risco.
Não obstante, o grande empenho de inúmeros e destacados líderes para a plena revalorização da profissão, a crise perdura e cresce. No entanto, deve-se registrar que alguns dirigentes da OAB, lamentavelmente, se satisfizeram em ostentar os respectivos cargos, mas consideraram o seu exercício um fardo insuportável e nada fizeram. Outros transformaram-nos em um palco propício à exploração midiática e à promoção pessoal. Ademais, persiste uma preocupação, quase exclusiva, de certos dirigentes com temas de caráter nacional em detrimento daqueles de específico e direto interesse da advocacia, que ficam relegados ao esquecimento.
Como é evidente, o trabalho de recuperação do respeito e do prestígio que nos são devidos deve ter como veículos as entidades de classe, especialmente a OAB, em face da sua natureza institucional e política.
E, para que ela bem possa cumprir esse papel é preciso que seus dirigentes, diretores, conselheiros e membros das comissões estejam imbuídos do ideal de servir, com desprendimento e olhos postos nas reais necessidades da profissão.
Assim, a Ordem não pode ser vista ou tratada como um clube recreativo ou social, como mera ação entre amigos, como um estágio seguro para conquistas no campo pessoal, dentro de um espaço de relacionamento, com objetivos diversos daqueles ligados aos interesses superiores da advocacia.
A postulação aos cargos se justifica dentro dos limites traçados pela vontade de servir e pela coerência com ideias e com ideais. Sem a exposição sincera de um ideário claro e objetivo, deve-se desconfiar das intenções daquele que postula. Com certeza, estará pronto a usar a barganha do apoio político, para poder ocupar o cargo, pelo realce que lhe é inerente e pelo prestígio que proporcione, movido por vaidade, por mero capricho, ou por razões inconfessáveis.
Faço tais observações como velho militante da política de classe, coordenador de inúmeras campanhas, desde os idos de 1978; orgulhoso criador do grupo denominado “Tempos Novos”; ex-presidente da AASP e da Ordem por dois mandatos e dirigente de várias entidades.
Aprendi a fazer política de classe em uma época em que prevalecia sempre a intenção de servir a advocacia, aperfeiçoar a justiça e construir um país melhor. Nós todos acreditávamos na importância e no valor da profissão como agente transformador da sociedade.
Não poupávamos esforços como porta vozes dos anseios, das aspirações e das angústias de uma profissão já em crise e de uma sociedade carente de canais transmissores de suas mais caras reivindicações.
Éramos meio quixotescos, inconformados, rebeldes, insatisfeitos, perseguíamos utopias para transformá-las em sonhos e essas em realidade.
Não há hoje quem assim pense e assim se conduza? Sem dúvida há. Mas, sinto haver uma tendência de predominância da cultura do individualismo e do pragmatismo.
Parece que o apoio a uma das chapas em disputa depende do cargo oferecido. Pouco importa o programa de gestão; não interessam as soluções propostas para os problemas específicos. Pouco ou nenhum relevo possuem as alianças que serão feitas e os companheiros que virão integrar a chapa. Enfim, todas essas questões não são consideradas desde que os interesses individuais sejam satisfeitos.
Alianças e acordos mesmo envolvendo grupos que no passado eram antagônicos são legítimos e por vezes necessários, desde que objetivem a união da advocacia em prol de sua valorização.
No entanto, o que não pode ser aceito é o imediatismo, o oportunismo e o extremo egoísmo. O “eu” preponderando sobre a advocacia, se é que a ela é dada alguma consideração. Os postulantes não sabem esperar, não querem adquirir experiência, não fazem autocrítica, não respeitam e nem reverenciam a Ordem, pouca importa se estão ou não à altura de sua grandeza.
Na verdade, esta visão de custo e benefício é incrivelmente inadequada, contrária à natureza e às finalidades da entidade e, sobretudo, representa uma trágica negação da sua gloriosa história.
Não se trata de pessimismo, trata-se de uma análise realista, mas não derrotista.
Sua reversão vai depender, de um lado, do desprendimento e do espírito público daqueles que se dispuserem a dirigir a OAB, e de outro a dos leitores, que deverão discernir e escolher os que estiverem efetivamente comprometidos com o bem comum da advocacia. Será preciso colocar o joio bem distante do trigo.
Advogados querem vagas do TJ
03 de julho de 2012Nesta segunda-feira, os advogados Tullo Cavallazzi Filho e Marcus Silva protocolaram ofício dirigido ao prefeito Dário Berger reforçando pedido já feito pelo advogado Eduardo Pizzolatti e pela OAB.
Eles querem que as vagas do atual estacionamento usado por funcionários do Tribunal de Contas do Estado, ao lado da Praça dos Três Poderes, sejam cedidas o quanto antes aos advogados que militam no Fórum e no TJ.